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VHE no Chile | Diário de Aprendizajes | Dia 2

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Segundo dia! Ainda no Brasil fizemos via email a reserva de uma visita guiada ao Palácio La Moneda, antigo local de impressão do dinheiro chileno, e atual sede do governo. Estamos no centro de Santiago. De metrô ou a pé, mesmo tempo. Fomos andando!

Segunda de manhã, muita gente na rua. A cada esquina um representante do que nos aparentou ser uma rede de vendas de “emparedados” (sanduíches) na rua. Todos uniformizados, muita gente comprando! Saimos atrasados de casa, já cansados de ontem (a viagem nem começou,rs). Corremos tanto que reparei em poucos detalhes no caminho. Muitas lojas ainda fechadas, era cerca de 9h30. Chegamos no Palácio. Fomo falar com um “carabinero” (guarda):

– ¡Hola! Venimos a la visita del Palácio.

– El Palácio no se visita.

– Pero tenemos una reservación.

– Ah, ¿tienen una visita guiada?

– ¡Sí!

– ¿Las tienen ahí?

– Sí, acá.. 

– ¿Su nombre?

– Juliana..

O “carabinero” nos olha com muita desconfiança e confere os nomes em suas anotações de visitantes. Nos permite passar no primeiro portão, ainda do lado de fora. Quando chegamos próximos à porta de entrada, um outro “carabinero” quase nos impede de continuar a caminhar e pergunta o que queremos.

– Venimos a la visita guiada.

– ¿Tienen reservación?

– Sí.

– ¿A qué horas?

– A las 9h30.

– Pero ya son 9h38.

– Sí, no sé si podemos entrar….

O “carabinero” sai, nos entreolhamos com medo. Agora uma “carabinera” vem, toma nossos documentos e nos dá uma credencial. Nossas bolsas são revistadas e mais 2 ou 3 guardas nos acompanham até o grupo com a guia. Passamos alguns minutos sem respirar, mas por fim nos unimos ao grupo.

– ¿Los ultimos que llegaron ahora son de dónde?

– De Brasil

– ¿Entendien bien eo español?

– ¡Sí!

Mas ela fez uma tradução simultânea de várias palavras!rs Em meio a uma chamada de atenção ou formalidades dos “carabineros”, conhecer um pouco sobre a história chilena foi incrível! Os detalhes do uso do Palácio de la moneda, os terremotos sofridos e o ataque que findou com o suicídio de Salvador Allende após um golpe de estado nos faz pensar e entender mais os detalhes de uma cultura, de um povo. Cada bandeira, cada detalhe de decoração e alguns alguns artigos referindo-se ao povo Mapuchi, com mais de 1 milhão de pessoas em Santiago, nos dá cada vez mais sede de conhecimento!

E ao mesmo tempo que reflito nas questões históricas, me deparo  também com a lingua!

“Lo importante”, “Lo otro” – aaai o “lo” que tanto nos condunde!rs Reforçar com os alunos: “el” – artigo masculino singular, usado com substantivos. “lo” – artigo neutro, usado com adjetivos e advérbios.

Conversamos com um brasileiro que nos convidou a conhecer o “Centro Cultural La Moneda”, num espaço abaixo do Palácio, com diferentes exposições e salas de cinema. Aproveitamos para conhecer umas das exposições, que têm visitas guiadas gratuita até as 13h. Não pude deixar de reparar no “acento” (sotaque) do guia. Por aqui não se ouve o “s” no meio das palavras! É como se ela fosse “aspirada” e transformada em um “r”, bem peculiar. Daí em diante não pude mais prestar atenção no tema da exposição, confesso. Concentrei-me na pronúncia do guia.

Saímos em busca de um restaurante! Caminhamos uns 10min no máximo até a “Plaza de Armas”. Horário de almoço, muita gente na rua, muitas lojas abertas, muitas coisas pra ler e aprender!

Ontem me deparei com o uso do “usted” em comunicações formais e de temas sérios, como no aeroporto. Mas o centro da cidade nos dá outra visão! “Compra”, “Ahorra” (economize), “Paga”, e etc. Toda a comunicação de anúncios muito próxima do cliente! Tratando-o por tú! A intimidade convence à compra!rs

Entramos num restaurante, pedimos “Churrasco al plato”. Será que é churrasco mesmo? Um bife, na verdade!rs Bem fininho e gostoso! ¡Con arroz y papas fritas! Provamos um pisco de mango, também. Uma bebida típica aqui do Chile! ¡Hay que probar! ¡Riquísimo!

– ¿Se puede añadir también la propina?

– Sí, ¡claro! 

– ¡Gracias!

Calma, “propina” é gorjeta, e você só paga se de fato concordar!

Al lado do resturante uma placa “Barquillos de Máquina”. Ao lado um monte de casquinhas de sorvete. Vamos tomar? Vamos!

O dobro de sorvete da casquinha que estamos acostumados no Brasil!rs. E o “barquillo” de “vainilla” (baunilha) tema um gosto completamente diferente do que conhecemos! Vale a pena!!

Caminhamos mais um pouco pela região (e nos perdemos) até o horário das 15h, quando planejamos nos encontrar com o pessoam do “Free Walking Tour”. É uma empresa privada que faz alguns passeios pela cidade a pé, em troco de “propina”, apenas (não precisa traduzir de novo, neh?haha). Os pés já estavam doendo de tanto caminhar, mas fomos!! Sol ardendo na cabeça, muita água pra aguentar o clima seco, e muuuita, muita informação valiosa!! O Léon nos ensinou bastante sobre o início da história de Santiago, sobre os terremotos, nos mostrou edifícios importantes e lojas tradicionais. Conhecemos varios bairros importantes e tivemos outra visão daquilo que tínhamos conhecido até então! Tivemos dicas de museos para conhecer(que estão fechados às segundas-feiras), bares, restaurantes e até lugares românticos para bons encontros!rs

E mais uma vez me deparei com “acento” (lembra o que é, neh?). Mais de uma vez ouvi o Léon dizendo “vien”, “puevlo”, referindo-se a “bien”(bem), “pueblo” (povo), e outras palavras. Sim! O “b” com som de “v”! Enquanto aprendemos nos livros europeus a pronúncia do “v” como o nosso “b”, pelos espanhóis, aqui se ouve exatamente o contrário! Tudo com som de “v”!! Mais uma vez demorei um pouco para retomar a concentração no assunto do “tour”!rs

Fora as duas expressões aprendidas, que na verdade são nomes de bares famosos aqui da capital chilena: “dar chipe libre” (fazer o que quiser, o que bem entender), e “piojera”, que na verdade vem de “piojo”(piolho), para referir-se a um lugar pobre, simples, ou até sujo.

Finalizamos o passeio em frente a uma das casas de Pablo Neruda, la Chascona, que quer dizer descabelada, ou de cabelo bagunçado, uma referência à amante de Pablo Neruda, a quem construiu a casa, e que era dona e um cabelo loiro cacheado bem volumoso (senti que o guia queria usar-me como exemplo ao grupo, mas preferiu se conter,rs).

Tomamos nosso caminho à nossa casa chilena! Uma pizza para terminar o dia e descansar os pés, porque amanhã tem mais! 

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Juliana Maester

Instrutora de Espanhol e criadora do Vamos a Hablar Español

www.vamosahablarespanol.com.br

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