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VHE no Chile | Diário de Aprendizajes | Dia 4

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Quarto dia agitado! Passeio agendado, vamos ao litoral! Ansiosa por conhecer Viña del Mar e  Valparaíso! Nosso guia vem nos buscar:

– ¡Buenos días! Ustedes son brasileños, ¿sí?

– ¡Sí!

– ¡Dale! ¡Vamos estamos con más cinco chinitos en el tour de hoy!

Seriam crianças esses “chinitos”? Não entendi bem… Entramos no carro, cinco chineses! Aahh… Chinitos! Olha o diminutivo confundindo a gente outra vez!rs

Trânsito na rua, ainda iríamos demorar a chegar à primeira parada. Comecei a prestar atenção na vida ao redor. Muitas entradas de prédios. Reparei nas portas de vidro. “Empuje”, para entrar no prédio, e “tire”, para sair. Fiquei refletindo. Conheço o verbo tirar com o sentido de “lançar”, e não “puxar”, como diríamos no português. Fui ao dicionário, em que a 24° definição traz: “hacer fuerza para traer hacia sí o para llevar tras sí”. Entendido! Mais avisos: “visitantes: llamar por el citófono”, para referir-se ao “interfone”. Em relação ao movimento da cidade, nosso guia começa  trazer algumas curiosidades, como o bairro Brasil, onde antigamente moravam somente as famílias de posse, o primeiro “mall” (shopping) de Santiago, o “Terminal Pajaritos” (rodoviária), de onde se pode ir a qualquer praia do Chile, e outros. Entramos na “carretera” (estrada) e logo o ambiente mudou completamente. Plantações de “choclo” (milho), “naranja” (laranja) e.. Uvas! Entramos na Viña Vermont, uma vinícola orgânica de nome no Chile, e que produz vinhos de qualidade elevada. Tivemos uma aula sobre cultivo, clima e condições ambientais do Chile, uma série de detalhes sobre a vinícola, e finalmente descemos para ver as parreiras! Sentimos um pouquinho do  frio que tanto agrada às uvas chilenas! Quanta perfeição em cada pé! Quanta doçura em cada fruta! Entramos na loja para conhecer! De um lado tanques de fermentação, sobre os quais também tivemos outra aula, e do outro, o processo de engarrafamento dos vinhos. Nos detivemos alguns minutos ali apreciando a precisão das máquinas e pessoas que participam da atividade. Saímos da Vinícola em direção a uma outlet de vinhos! Mais 10 min de carro. Chegamos já com uma recepção em português, convidando-nos a algumas degustações. Deliciamo-nos! Conversamos um pouquinho com o dono da loja e admiramos sua habilidade em atender os clientes em espanhol, português e inglês, ao mesmo tempo!rs

Dali seguimos para Viña del Mar, que de fato foi uma “viña” (vinícola) de frente para o mar, que aos poucos foi sendo habitada por moradores de Valparaíso, que decidiram distanciar-se dos riscos de terremotos. Vimos o relógio de flores, uma estátua moai no museu arqueológico de Viña, e diversos hotéis e casas muito bonitas! Em todo o caminho, o Pacífico! Várias placas alertando os turistas: “playa no apta para baño”. O nosso guia nos contou que recentemente outros brasileiros aventuraram-se a entrar na água, e voltaram azuis de frio!rs Mesmo em pleno verão.

Paramos pra almoçar olhando o mar, e fomos atendidos por uma simpática “camarera” (garçonete) que pacientemente nos explicou os pratos e, com muito amor, nos ofereceu a possibilidade de provar um suco de “chirimoya”, enquanto nos confessou que gostava muito mais de vender essa bebida do que qualquer outra, pois se trata de uma fruta típica e importante para o seu povo. Damaris, como se chama a garçonete, me fez pensar sobre propósitos e realização. “¡Gracias, Damaris!”. Foi uma ótima refeição, e o suco de “chirimoya” é delicioso!

Próximo destino: Valparaíso! Passa-se de uma cidade para outra como se fosse apenas um bairro, e nota-se apenas pelas comunicações do comércio local. Andamos pela costa, e de repente, subimos. Subimos, subimos, subimos! A cidade acontece toda em dois morros. Vamos a “La Sebastiana”, uma das casas de coleções de Pablo Neruda, uma figura muito importante na história e orgulho chileno! Paramos para ouvir um pouco de sua história em um praça que leva uma estátua em sua memória, e em seguida andamos 1 quadra em direção à casa. Ali começa a magia de Valparaíso! Cores, formas, detalhes, arte e música movem a cidade e dão a ela uma autenticidade quase inexplicável!

Baixamos o morro novamente em direção ao porto. Uma cidade antiga. Prédios e monumentos muitíssimo bonitos e que exalam história! Iniciamos nosso caminho a pé. “Aprovechemos la luz para pasar”, referindo-se ao semáforo, disse o guia. Anotei! Prédio da força armada, justiça, corpo de bombeiros, o próprio porto, feirinhas de artigos regionais e, de repente, entramos numa pequena portinha. Um museu aqui? Não, um “ascensor” (elevador). Turístico? Não, público. A cidade é tão cheia de morros que a solução foi construir uma série de elevadores, com o intuito de facilitar o “ir e vir” de pedestres na rua. Ficamos impressionados! Uma estrutura tão antiga e tão funcional! Ao subir, a famosa Valparaíso! Um local de buscas e descobertas, de inspiração, de encontros, de libertação. A cada esquina uma nova experiência. Cafés, bares, restaurantes, oficinas, estúdios, repúblicas, casas, obras de arte, e vida! Não dá pra explicar tudo o que se vê e o que se sente. Queria ficar. Queria presenciar e viver aquele clima, todas as cores! Voltarei. Com outros olhos, e outras buscas. Voltamos ao porto, êxtase. Entramos no carro de volta a Santiago.

Finalizamos o dia com um típico “veneziana” (cachorro quente) italiano, que do país leva apenas as cores da bandeira, por isso o nome. “Pan” (pão), “salchicha” (salsicha), “tomate”, “palta” (abacate) e “mayonesa” (maionese). Amo provar coisas típicas!

Voltamos para casa para descansar e não consigo parar de pensar em Valparaíso, em como gostaria de poder passar uma temporada inteira ali. Grandes realizações inciam-se com um sonho, não? Acabo de aumentar um item na minha lista de objetivos para a vida!

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Juliana Maester

Instrutora de Espanhol e criadora do Vamos a Hablar Español

www.vamosahablarespanol.com.br

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