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VHE no Chile | Diário de Aprendizajes | Dia 5

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Dia de conhecer “Cajon del Maipo”! Animadíssima! O nosso guia Guilherme foi nos buscar cedinho, e a bagunça começou rápido quando soubemos que iríamos acompanhados de mais 5 brasileiros! “La gente solo habla en el tour cuando son brasileños. 5 minutos no más, ¡y ya son todos amigos! Nosotros chilenos nos quedamos con la cabeza baja, sin hablar nada”, disse o nosso guia. Impressionado como se fosse a primeira vez que presenciava aquele “fenômeno”,rs.

No meio do caminho nosso guia ia nos contando curiosidades sobre os bairros da capital do Chile. E, de repente, sanei minha dúvida do primeiro dia! “Santiago Centro”, ouvi. Esse é de fato o nome do bairro, e não uma forma “contrária” de dizer “en el centro de Santiago”, como pensei que fosse quando conversei com um vendedor no aeroporto. “¡Gracias, Guilherme! ¡Me ayudaste muchísimo!”.

Uma viagem de mais ou menos 1h, e chegamos na região de San José del Maipo, nossa primeira parada numa cafeteria/lanchonete muito bonitinha! E inciamos nossa aventura: o “perrito caliente” (cachorro quente) do dia anterior não fez bem ao meu marido! Direto para o banheiro! (Porque a gente tem que contar as partes difíceis também, neh?haha) Ele não está bem. Será que encontro um bicarbonato de sódio aqui? Vou ao mercadinho ao lado.

– ¡Hola! ¿Por causalidad tendrías un bicarbonato de sódio acá?

– ¿Quieres um bicarbonato o prefieres una sal de fruta?

– Humm.. ¡Bien! Una sal de frutas, ¡mejor!

Não sabia que conhecia esse vocabulário, que bom que deu certo!rs Entrego ao Leandro (meu marido, por sinal – esqueci de dizer o nome dele,rs). “Acho que preciso de um remédio mesmo”, ele disse. Volto ao mercadinho.

– ¿Sabes si hay una droguería por acá? 

– Sí, al fondo de la plaza, a la derecha.

Fomos correndo, o grupo já está quase saindo. 

– ¡Buenos días! Necesitamos una medicina para diarrea (Tudo bem falar disso aqui, neh? Todo mundo já teve!kkk)

– ¿Está muy directo? (Entendi que se referia ir muito ao banheiro)

– Sí, bastante

– ¿Y fue por comida u otra cosa?

– Por comida, mismo.

– Bien. Tendrás que tomar esa medicina de 6 en 6 horas, y hay que beber mucha agua y comer livianito(leve), ¿sí?

– ¡Vale!

Vocabulários aprendidos, voltamos para o carro! Cogitamos ficar ali no povoado, mas o guia não passaria por ali novamente, e não teríamos como voltar a Santiago. Fomos.

Segunda parada, já em meio a uma paisagem incrível, o Túnel Tinoco! Uma antiga passagem de trem, agora desativada. Um pouco de luz no início, e então total escuridão. Fui bem devagar, deixei os demais passarem na frente. Foram 10 minutos de caminhada e reflexão, confesso que até esqueci do “probleminha” com o Leandro,rs. Vi uma “luz no fim do túnel”, uma paisagem incrível, e uma homenagem a parentes que já se foram. Chorei, emocionada. Que privilégio!

Voltamos ao carro e Leandro já estava perguntando por banheiro!rs. Em breve, disse o guia. Seguimos em frente e vimos uma pequena “cascata” (bem pequena mesmo) em meio às rochas. “El agua viene de los glaciares”, disse o guia. Paramos para ver de perto e.. Beber! Uma água pura, leve, e gelada!!rs (depois soubemos que essa parada não era prevista no tour – nosso guia, “muy amable”, nos deu este presente).

Seguimos para uma parada no meio do nada!rs Um pequeno restaurante com um banheiro. “500 pesos chilenos para usar el baño” – um pouco caro, pensei. Mas tudo bem, essa família vive disso. Aproveitei para conversar com um senhor do local:

– Imagino que sea muy tranquilo vivir acá, ¿no?

– Tranquilito, ¡amiga!

– ¿Y vives solo?

– No, mi familia está acá.

– ¿Y cómo hacen para comprar sus cosas, comida?

– Una vez a la semana nos bajamos a la ciudad, y ya está.

– ¿Y el frío, muy intenso?

– ¡Bastante! Tú, ¿de dónde eres?

– ¡De Brasil!

– Y no has visto nieve todavía, ¿no?

– No solo así de lejos, como allá en la montaña. 

E conversamos mais um pouco sobre pisco (uma bebida típica do Chile), cachaça e coisas assim. O guia me chama. “Muy amable, el señor”. Acho que esses são os melhores detalhes de uma viagem!

Ao carro novamente, vamos a “Embalse el Yeso”, uma represa que abastece o Chile durante o verão, usando água dos glaciares. Uma engenharia impecável! Mas antes, um outro presente do guia Guilherme (que sorte tivemos!): paramos num determinado ponto, descemos do carro, e ele nos convidou a acompanhá-lo na caminhada. Andamos por entre as pedras e eu já queria parar para contemplar a paisagem encantadora! Ele chega a uma ponta e diz: “Vengan a ver una cosa bonitita”,rs. Uma lagoa natural, de águas glaciares (pra variar, haha). Indescritível a paz que o lugar me trouxe! Caminhei, sentei, cantei, chorei. De leve, mas chorei. Impossível não me emocionar com tamanha perfeição! Me senti pequena como jamais havia me sentido! Uma experiência única!

E o Leandro? No carro. Não tinha muito o que fazer, rs. Estava se hidratando e tentando descansar. Mas seguimos! E chegamos a “Embalse el Yeso”. Com um promessa de voltarmos com uma mesa posta com queijos e vinho, o guia nos convidou a caminhar pelo caminho da represa. Muito grande! Difícil de andar tanto! Uma caminhada de 30 min e creio que não foi nem 1 terço de toda a extensão da represa. E a vista é magnífica! Coisa pra não esquecer jamais!

Na volta, a mesa posta! Queijos, coisas pra beliscar, suco.. E o vinho? Os “carabineros” (guardas/policiais) passaram e não deixaram tomar bebida alcoólica no local (no Chile é proibido beber em locais públicos). “Tomamos después”, nos disse o guia. Comemos e aproveitamos mais um pouco da vista. Voltamos ao carro, caminho de volta.

Última parada: o mesmo restaurante + banheiro que fomos na ida. Hora do vinho! Já amigos do nosso guia, os donos do local nos deixaram aproveitar as mesas para degustar uma “botella de vino” (garrafa de vinho), de 1 litro e meio!! “¡En Brasil no tenemos esas botellas tan grandes!”, comentei com  o guia. “Es que nosostros chilenos somos más borrachos que ustedes”, brincou.

E para finalizar a experiência de um dia incrível en Cajon del Maipo, um gesto muito amável: nosso guia diz ao Leandro que ele precisa comer algo, como uma carne! Achamos estranho, mas decidimos confiar. Guilherme foi até a senhora dona do local e pediu:

– Hágale un churrasco a la plancha y un arroz así con poco condimiento, que está mal, necesita comer.

– Ah, ¿sí? A ver, ¡que voy a prepararle algo!

Leandro aguarda um pouco e logo recebe um prato feito como muito carinho. Comeu, e já percebeu estar bem melhor. Ao nos despedir daquela senhora, uma frase que vai ficar em nossa memória:

– Yo hice lo mejor que pude. ¡Qué le vaya bien!

E nós passamos a ter um carinho ainda maior por esse país!

Chegamos tarde no apartamento, Leandro foi descansar. Fomos ao mercado para comprar algo para a janta, e só. Já não havia mais ânimo para aventuras no dia!rs

Um passeio memorável, e de fato indispensável para quem vai ao Chile!

Gratidão por esse dia!

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Juliana Maester

Instrutora de Espanhol e criadora do Vamos a Hablar Español

www.vamosahablarespanol.com.br

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